sábado, 15 de janeiro de 2011

Dakar 2011 - Parte I


Num “Dakar” que não chegou a Dakar, esta edição contou com menos pilotos portugueses, mas com alguns habitués desta mítica prova, outrora africana….Disputado mais uma vez na Argentina e no Chile, após a anulação da partida de Lisboa, o Dakar, segundo os responsáveis da organização, caracterizava-se à partida por uma edição muito dura, vindo-se a verificar tal situação com o passar e decorrer das etapas.

Foram duas semanas verdadeiramente “in loco” agarrado ao computador, a ver waypoints, a roer as unhas e a torcer pelos nossos tugas que muito boa réplica deram, embora fique um sentimento amargo tendo em conta o que aconteceu no desenrolar da competição.

Mas já lá vamos….

O “dakar” começou com uma bela vitória na estrada do Ruben Faria, que posteriormente viria a ser retirada, vendo o piloto ser aplicada uma penalização de 10 s por suposta passagem em excesso de velocidade…No entanto, cá para nós, começava tal como tinha terminado no ano anterior, com uma vitória na etapa e mais um show de condução e de qualidade dos nossos pilotos. Se juntarmos ao excelente primeiro do Ruben, um quinto lugar do Paulo Gonçalves e um 11º do Hélder Rodrigues, estavam lançados os dados para o que viria a seguir.

As etapas seguintes vieram no entanto confirmar a posição de aguadeiro do Ruben Faria, que viria a desempenhar um papel fundamental no desenrolar da prova do seu “piloto”. No entanto, e na minha opinião, este poderá ser um dos únicos 2 pilotos portugueses capazes de nos dar uma alegria tremenda nesta prova.

A 5ªetapa ficou marcada por uma excelente vitória do Paulo Gonçalves, mais uma vez demonstrando a sua rapidez e a sua perícia em cima de uma máquina de duas roda, ficando para a história da competição, duma dobradinha entre Autos e motos. Nesta etapa mais um óptimo resultado para os outros dois tugas, 6º e 7º na geral ( H.R e R.F, respectivamente).

Mas na etapa seguinte, tudo se complicou e o nosso “Speedy” sofria um verdadeiro desaire quando viu o motor da sua BMW ceder…acabou a etapa, mas com 7 horas de atraso…Etapa essa que viria a ser ganha pelo Hélder Rodrigues, que começava a dar um ar da sua graça no que toca à navegação….Talvez seja um “aviso à navegação” no próximo ano, pois não foi a única vez que fez a proeza…já lá vamos…

Na oitava etapa, e após o dia de descanso…..ficamos sem o Paulo Gonçalves. Ia destacado na frente da etapa, mas sofreu uma quebra, que lhe fracturou a clavícula esquerda….No entanto, ficou bem patente que este piloto tem um lutar dentro do Top 10 destacado, e quem sabe com mais apoios, porque não aspirar a um top3?

Mas a segunda semana continuaria a ser madrasta para as cores nacionais…após andar muito tempo sozinho e destacado na frente da etapa e após mais uma excelente navegação, o Hélder viu perder toda a vantagem conquistada, quando não encontrou um waypoint, andou às voltas, ficou sem gasolina…perdeu a etapa, muito tempo…e a aspiração ao pódio…. Para no dia seguinte voltar a cometer a mesma proeza e a perder a etapa nos 12km finais, quando falhou uma nota….e após andar novamente na frente…

Mas no entanto, o última etapa viria a revelar uma surpresa para as cores nacionais, quando o piloto chileno da Aprilia, até então no terceiro posto, teve um problema na sua moto, que lhe custaria cerce de 1hora e o lugar mais baixo do pódio...ficoi assim para o Hélder, na demonstração de um Dakar de altos e baixos, mas com um lugar de destaque. Conquista-se assim a melhor classificação de um piloto portugues nesta competição.

A prova, foi ganha pelo espanhol Marc Coma, que liderou desde a terceira etapa, conseguindo resistir e demonstrar o porquê da sua 3ª vitória na competição. Para a história fica também a 10ª vitória consecutiva da KTM.

Até para o ano!

(Brevemente, o rescaldo dos autos)


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